sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O preconceito escondido com o inconsciente de fora…

A Psicologia Social criou algumas experiências audazes que colocam em causa a imagem e a auto-estima do ser humano. Do ser humano em geral e daqueles que nelas participaram em particular. Os investigadores, por razões experimentais óbvias, ficam habitualmente do confortável lado de fora das suas experiências. Com um teste inovador, o chamado IAT (Teste de Associação Implícita), um par de psicólogos confrontaram-se directamente com os seus preconceitos inconscientes…

Numa primeira experiência, com o objectivo de estudar as cognições implícitas, ou seja inconscientes, os investigadores criaram uma situação de teste em que se deveria responder clicando num teclado de computador com o mesmo dedo (direito) em resposta a palavras que dissessem respeito a coisas agradáveis e a nomes de flores e com a mão esquerda a palavras que dissessem respeito a coisas desagradáveis e a nomes de insectos. A tarefa era fácil. Depois inverteu-se e passou a ter de se responder com a mesma mão a insectos e coisas agradáveis e com a outra a flores e coisas desagradáveis. A tarefa fácil complicou-se, as respostas tornaram-se significativamente mais lentas. E nem a repetição acelerou as respostas…

O verdadeiro desafio, no que diz respeito aos preconceitos, começou quando se trocou os nomes de insectos e flores por nomes de brancos e negros famosos: os negros funcionavam da mesma forma que os nomes de insectos mesmo para algumas pessoas que não se julgavam preconceituosas como os psicólogos em causa.
Mahzarin Banaji, uma das psicólogas, explicou a situação dizendo: “tencionava associar branco com bom tão rapidamente como queria associar negro com bom – este era o meu objectivo consciente – mas falhava.”
O seu estudo é uma peça interessante para a compreensão dos preconceitos e da sua componente inconsciente, a que chamaram “as atitudes raciais implícitas”
O testemunho completo destes psicólogos pode ser lido aqui.

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